Gostava de escrever uma pequena homenagem ao grande Miguel Portas, que ontem perdeu uma batalha longa de dois anos com o cancro do pulmão, mas depois de ler o que escreveram o Rui Tavares e o Henrique Cayatte, acho que a melhor homenagem é mesmo deixar aqui os links para esses dois textos.
Algumas pessoas marcam a nossa vida: as que conhecemos, mas também as que nunca vimos. Steve Jobs é uma dessas pessoas. Usei pela primeira vez um Macintosh nos idos de 1990, num estágio que efectuei no jornal “Público”, no seu primeiro ano de vida. A simplicidade da coisa surpreendeu-me, pois toda a gente comentava na altura como os “Macs” eram complicados. Mas só em 2001 comprei pela primeira vez um produto com o logótipo da maçã: um iPod para oferecer ao meu irmão. E só mais tarde, já em 2007, comprei o meu primeiro “brinquedo” com a assinatura da marca de Cupertino: um iPod Touch da primeira geração, que ainda hoje me dá música diariamente.
Mas ao escrever este post no meu Macbook Pro, não é Steve Jobs, o visionário da tecnologia, que me apetece recordar. É o Steve inspirador. É o Steve que lutou contra um cancro no pâncreas durante sete anos, e que chegou a estar convencido de que o tinha derrotado. É o Steve que investiu na Pixar e lhes permitiu dar-nos pérolas como “Toy Story”, “Cars”, “Monsters & Co.” ou “Up”. Porque sempre que os meus filhos revirem as aventuras de Woody e Buzz Lightyear, de Faísca McQueen e Sally, um cantinho secreto dentro de mim sorrirá e, em silêncio, prestará homenagem ao homem que tornou possíveis tantas gargalhadas.
O fotógrafo de guerra e realizador britânico Tim Hetherington já era famoso por ter ganho o World Press Photo em 2007 com a foto de um soldado norte-americano no Afeganistão. A sua fama cresceu com a nomeação de Restrepo, o seu documentário sobre a vida de um pelotão americano naquele país asiático, para o Óscar de melhor documentário (filme também premiado no Festival Sundance de 2010). Cobriu ainda conflitos como o da Libéria ou o do Darfur.
Prémio World Press Photo 2007, Tim Hetherington
Tim fotografava com a Canon EOS 5D, carregando consigo dois corpos pois preferia as lentes de distância focal fixa. Referia-se a elas e à câmara de vídeo que também transportava consigo como a sua “armadura pessoal”. Hoje a “armadura” não foi suficiente para o proteger de um RPG disparado pelas forças leais a Kadafi, que o matou enquanto acompanhava os rebeldes na cidade de Misurata. Consigo morreu ainda o fotógrafo americano da Getty Images, Chris Hondros (as suas últimas imagens podem ser vistas aqui).
O último tweet na conta @TimHetherington não prognosticava nada de bom: