Posso não gostar das piadas brejeiras do Charlie Hebdo (ao pé deles, o Inimigo Público é o mais elegante dos pasquins), mas defendo como valor supremo a liberdade que lhes permite publicá-las. (Acima, o director do semanário francês – uma das vítimas da barbárie desta manhã – segurando uma das suas polémicas capas, aquando de um anterior atentado contra a sede do jornal, em 2011.)
Categoria: Cultura
Vasco Graça Moura (1942-2014)
“Soneto do amor e da morte
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.”
E as 50 perguntas do Expresso a Vasco Graça Moura, por ocasião dos 50 anos da sua carreira literária, em 2012.
[/via Facebook da Granta Portugal]