Era uma daquelas pessoas que nos marcam para a vida, mesmo que apenas as tenhamos conhecido nas palavras que escreveram. Carl Sagan – o astrónomo, o cientista, o divulgador científico, o romancista brilhante, o comunicador nato, o ecologista, o pacifista, o humanista – foi levado pela leucemia demasiado cedo, há precisamente dez anos. Mas quem viajou pelo universo nas páginas do seu Cosmos, quem percorreu a praia de areia de Contacto, quem se sentiu simultaneamente um grão de areia e o centro do universo, traz Sagan para sempre consigo nas veias. Porque tivémos o privilégio de partilhar este planeta e esta era com ele, na imensidão do espaço e do tempo.
(Título do post descaradamente roubado das palavras de Ann Druyan, a esposa de Carl Sagan, ao assinalar os dez anos da sua partida, no passado dia 20 de Dezembro.)
“No final de 1996 o Universo ficou menor. Não porque tenha diminuído de tamanho, mas porque perdeu uma de suas mais brilhantes estrelas, o astrônomo norte-americano Carl Edward Sagan”. Este foi o sentimento de milhões de pessoas em todo o mundo ao saber da perda do maior e mais influente divulgador da ciência que já conhecemos.
Dia 20 de dezembro de 2006 fez 10 anos que perdemos Carl Sagan, neste mesmo período a humanidade vivenciou a mais rápida revolução tecnológica de nossa espécie, a computação e a internet cresceram de forma nunca antes vista, aproximando milhões de pessoas e possibilitaram centenas de descobertas científicas maravilhosas. O homem parece estar no ápice de seu conhecimento e isso tudo traria grandes alegrias a Sagan.
Infelizmente neste mesmo tempo continuamos a atacar e destruir “nosso” planeta como nunca, destruindo o meio ambiente, a camada de ozônio, as florestas tropicais, o solo fértil e ainda achamos tempo de criar guerras irracionais por razões ideológicas ou pelo esgotamento das fontes de recursos naturais, isso tudo é vergonhoso e inadmissível. Ainda somos uma civilização irresponsável e que cada vez mais destruímos o único lar que temos.
No entanto temos o conhecimento científico e a tecnologia para minimizar a destruição de nossa espécie e talvez de “nosso” planeta, e ultimamente tenho visto várias ações de conscientização sobre o tema, mas, a única forma efetiva de preservarmos a vida neste planeta é a ação global e conjunta de todos os seres humanos.
Há dez anos perdemos talvez a pessoa que mais amou “nosso” planeta e todas as espécies de vida que nele habitam, mas, felizmente seu legado influenciou milhões de pessoas em todo o mundo e sem dúvidas continuará influenciando por séculos e espero que consigamos viver estes séculos…